CARTA ENTREGUE AOS DOCENTES DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA, DURANTE PLENÁRIA DEPARTAMENTAL REALIZADA EM 17 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 09:30 Carta dos estudantes de História aos docentes do DH São Paulo, 14 de Outubro de 2013. No dia 2 de outubro, os estudantes da História decidiram em plenária ratificar a deliberação da assembleia geral do dia anterior, que decidiu pela ocupação da antiga reitoria - durante a última reunião do CO sobre as eleições para reitor. A partir desse dia, o nosso curso, em conjunto com a Geografia, iniciou suas mobilizações em nosso prédio, com piquetes físicos e atividades de greve. As principais reivindicações do nosso movimento são: eleições diretas e paritárias para reitor e diretor, o fim da lista tríplice, por uma estatuinte livre e soberana, dissolução do Conselho Universitário, fim do convênio com a PM, devolução imediata dos blocos K e L para moradia estudantil, entre outras. É fato sabido que a greve é um instrumento legítimo, até mesmo referendado por nossaConstituição, sendo uma das principais armas dos movimentos sociais, operários e estudantis. Consiste na paralisação total das atividades com o intuito de fazer com que reivindicações em questão ganhem visibilidade, aumentando suas possibilidades de negociações e conquistas. Além da greve, a ocupação se mostra como outra forma do movimento pressionar as instâncias da Universidade para conquistar suas pautas. Ao contrário do que muito se pensa, os estudantes não fazem greve com o intuito de escapar as aulas e as outras obrigações acadêmicas, mas sim com o objetivo real de construir uma mobilização e uma discussão política - que não seriam possíveis em uma situação de normalidade. Para tanto, é necessário que tenhamos tempo hábil para que essas diversas atividades de greve e a ocupação da reitoria tenham andamento, e isso só pode acontecer com a completa paralisação das atividades. Isso significa que nenhuma aula do departamento deva ocorrer - independente de seu local -, assim como nenhuma forma de avaliação deva ser cobrada, uma vez que isso pressupõe a continuidade normal do tempo de estudo em detrimento do tempo necessário para mobilização. Temos consciência que o impedimento das aulas poderá implicar em sua não reposição e, até mesmo, no cancelamento do semestre; mas entendemos que é uma responsabilidade necessária e que devemos assumi-la, uma vez que nosso interesse coletivo deve prevalecer sobre nosso interesse individual. Diante disso, sabendo que os professores, enquanto categoria, não estão em greve, entendemos que eles, minimamente, não devem ignorar o fato dos estudantes estarem. Por isso, na última plenária conjunta da História e Geografia, realizada no dia 14 de outubro, os estudantes deliberaram um apelo aos docentes para que nossa greve seja respeitada, isto é, que nenhum aluno seja pressionado ou punido por exercer seu direito de greve. Dessa forma, contamos com a colaboração de todos os professores do departamento no adiamento da realização e entrega das atividades avaliativas, até que se deflagre o fim da greve. Cordialmente, Estudantes de História.